“Quando pequenos papai lutava com alguma dificuldade para manter a família, pois éramos
cinco filhos, todos pequenos. Como estávamos sempre a desejar um carrinho, como os filhos dos vizinhos tinham, ele, economizando um pouco, comprou-nos um, esclarecendo que pertenceria a
todos.
Ficamos muito contentes mas, em breve, estávamos brigando, cada qual julgando ter primazia
para usar o brinquedo. Não podendo adquirir um carrinho para cada filho, certo dia, depois de uma das nossas muitas discussões, ele chamou-nos para conversar.
- Vocês estão se desentendendo por causa do carrinho e isso não é bom. Mas há um meio
de resolver o problema. Durante uma semana o carrinho vai pertencer apenas a um de vocês. Osdemais se ocuparão dos trabalhos da casa, auxiliando sua mãe. Aquele que estiver com o carrinho
poderá empregar o tempo do modo que quiser...
O plano não nos pareceu mau e, quando fizemos o sorteio para saber quem ficaria com o brinquedo
em primeiro lugar, fui o contemplado. Fiquei muito satisfeito, mas nos dias que se seguiram
percebi que brincar sem os companheiros era terrivelmente monótono. Trabalhando juntos, os meus irmãos pareciam mais contentes e felizes do que eu.
Confessei-lhes o que estava sentindo e decidimos conversar outra vez com papai.
- E vocês, sentem-se satisfeitos trabalhando sem o Juca?
Meus irmãos responderam que não. Além do trabalho ter-se tornado mais árduo, eles sentiam falta da minha companhia.
- Então, disse meu pai depois de pensar um pouco, por que vocês não resolvem o caso da
seguinte maneira: antes vocês realizam, juntos, as tarefas da casa. Com o tempo que restar, pois o trabalho ficará reduzido, poderão brincar à vontade com o carrinho. Que tal a idéia?
Achamos que a solução era ótima. Começamos a trabalhar juntos, auxiliando-nos uns aos
outros e, depois de tudo terminado, corríamos para o carrinho, usando-o para brincadeiras em grupo. Acabaram-se as brigas e até hoje eu e meus irmãos mantemos vivo esse espírito de
cooperação e camaradagem.”
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